terça-feira, 29 de novembro de 2011

QUAL JESUS?

                                                                                
                                                                                  
Por T. A. MacMahon
                                                                          "Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esses de boa mente o tolerais" (2 Coríntios 11.1-4).

"Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo" (Marcos 8.29).

"Irmão, eu não estou interessado em qualquer conversa sobre doutrinas que nos dividam. A única coisa que me importa saber é se alguém ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus, não me interessa a qual igreja vai; eu o considero meu irmão em Cristo." Naquele momento, não me pareceu que fosse a hora e o lugar certo para argumentar com a pessoa que dizia isso. No entanto, eu me senti compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a conversa se encerrasse: "Quando você fala com alguém que lhe diz amar a Jesus, você nunca lhe pergunta: ‘Qual Jesus?'"

Após um breve momento de reflexão, tal pessoa me respondeu que nunca faria tal pergunta. "Não seria simpático".

Sempre que visito alguns amigos de um outro estado, há um homem que me esforço em encontrar. Ele é a alegria em pessoa, um dos homens mais amigáveis que conheço. Mesmo sendo um muçulmano consagrado, ele se declara ecumênico, e orgulha-se do fato de compartilhar algumas das crenças tanto dos judeus como dos cristãos. Ocasionalmente ele freqüenta uma igreja com um de meus amigos e de fato aprecia a experiência e a comunhão. Certa vez em um restaurante, ele estava expondo o seu amor por Jesus para mim e nossos amigos cristãos, e encerrou a sua declaração com as seguintes palavras: "Se eu pudesse rasgar a minha carne de tal maneira que todos vocês entrassem em meu coração, vocês saberiam o quanto eu amo a Jesus." Os sentimentos que envolveram suas palavras foram impressionantes; na verdade, é incomum ouvir este tipo de declaração tão devotada, até mesmo em círculos cristãos.

Estamos falando da mesma pessoa?

Voltando agora para o meu dilema inicial. Eu estava admirando a expressão de amor de meu amigo quando um pensamento preocupante tomou conta de mim: Qual Jesus? Um breve conflito mental aconteceu. Pensei se eu devia ou não lhe fazer tal pergunta. Minhas palavras, no entanto, saíram antes que minha mente tomasse uma decisão. "Fale-me sobre o Jesus que você ama." Meu amigo muçulmano nem hesitou: "Ele é o mesmo Jesus que você ama." Antes de me tornar muito "doutrinário" com meu amigo, achei que deveria mostrar-lhe como era importante definirmos se estávamos realmente falando sobre o mesmo Jesus.

Eu usei o seu vizinho, que é um grande amigo nosso, como exemplo. Ele e eu realmente amamos esse cidadão. Depois de concordarmos sobre nossos sentimentos mútuos, eu comecei a dar uma descrição das características físicas de nosso amigo comum: "Ele tem um metro e setenta de altura, é totalmente careca, pesa mais ou menos uns 150 quilos e usa um brinco em sua orelha esquerda..." Na verdade, eu não pude ir muito longe, pois logo algumas objeções foram feitas. "Espere aí... ele tem quase dois metros, eu gostaria de ter todo o cabelo que ele tem, e ele é o homem mais magro que eu conheço!" Meu amigo acrescentou que certamente não estávamos falando sobre a mesma pessoa. "Mas isto realmente faz alguma diferença?", perguntei. Ele me olhou com incredulidade. "Mas é claro que faz! Eu não tenho um vizinho que se encaixa com a sua descrição. Talvez você esteja falando de uma outra pessoa, mas não de meu bom vizinho e amigo." Então destaquei o fato de que se nós verdadeiramente aceitássemos a descrição que eu acabara de dar, certamente não estávamos falando da mesma pessoa. Ele concordou.

O Jesus que eu conheço foi crucificado e morreu na cruz pelos meus pecados
O Jesus que você conhece fez o mesmo?
A seguir continuei descrevendo o Jesus que eu conhecia. "Ele foi crucificado e morreu na cruz pelos meus pecados. O Jesus que você conhece fez o mesmo?"

"Não, Alá o levou para o céu logo antes da crucificação. Judas é quem morreu na cruz."

"O Jesus que eu conheço é o próprio Deus, que se tornou homem. O seu Jesus é assim?"

Ele negou com a cabeça e disse: "Não, Alá é o único Deus. Jesus foi um grande profeta, mas somente um homem." A discussão prosseguiu a respeito das muitas características que a Bíblia atribui a Jesus. Em quase todos os casos, meu amigo muçulmano tinha uma perspectiva diferente. Mesmo mantendo-se convencido de que ele tinha o ponto de vista correto sobre Jesus, o fato de que nossas convicções contraditórias não podiam ser reconciliadas pareceu reduzir o seu zelo em proclamar o seu amor por Jesus.

Discussão doutrinária é sectarismo?

Alguns enxergam este meu questionamento como algo não amoroso – como uma prova do sectarismo que a discussão doutrinária produz. Eu o vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu amigo tenha um relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus Cristo – não com alguém que ele ou outros homens, intencionalmente ou não, têm imaginado ou inventado.

Doutrinas, simplesmente, são ensinamentos. Elas podem ser verdadeiras ou falsas. Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira prejudicial; esta característica se aplica somente a ensinos falsos. "Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles" (Rm 16.17; veja também Rm 2.8-9). Jesus, que é a Verdade, só pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51).

"Qual Jesus?" é uma pergunta importantíssima para todo crente em Cristo. Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar nossas próprias crenças sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21). Incompreensões sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos em nosso relacionamento com Ele. A avaliação também pode ser vital com respeito à nossa comunhão com aqueles que se dizem cristãos. Recentemente, durante uma rápida viagem aérea, um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais à pessoa próxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo confessado ser um cristão, participando há quatro anos de uma comunidade cristã, essa pessoa na verdade não conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da Salvação. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avião aterrizasse.

 A "unidade cristã"

Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar nossas 
próprias crenças sobre Jesus
Com muita freqüência, frases parecidas com "nós teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de Cristo", estão sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumênicas. O medo de destruir a unidade domina os que levam a sério este tipo de propaganda antibíblica, até mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela fé. Surpreendentemente, "a unidade cristã" agora inclui a colaboração para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de Jesus."




"Jesus", o irmão de Lúcifer

Os ensinamentos heréticos sobre Jesus incluem todo tipo inimaginável de idéias sem base bíblica. O "Jesus Cristo" dos mórmons, por exemplo, não poderia estar mais longe do Jesus da Bíblia. O Jesus inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, é o primeiro filho de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demônios são filhos espirituais de Elohim. Este Jesus mórmon se tornou carne através de relações físicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo físico) e a virgem Maria. O Jesus mórmon é meio-irmão de Lúcifer. Ele veio à terra para se tornar um deus. Sua morte sacrificial dará imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreição. No entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos três céus, isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos animais).

"Jesus", uma idéia espiritual

O Jesus Cristo das seitas da ciência da mente (Ciência Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do Cristianismo, etc.) não é diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" é uma idéia espiritual de Deus e não uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o pecado não existe. Ao invés disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o pecado e a morte são fatos. Esta é a "salvação" ensinada pela tal Ciência Cristã.

"Jesus ", o arcanjo Miguel

Há quem diga que, antes de nascer nesta terra, 
Jesus era Miguel, o  Arcanjo
As Testemunhas de Jeová também amam a Jesus, mas não o Jesus da Bíblia. Antes de nascer nesta terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele é um deus, mas não o Deus Jeová. Quando o Jesus deles se tornou um homem, parou então de ser um deus. Não houve ressurreição física do Jesus dos Testemunhas de Jeová; Jeová suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bíblia promete que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente estará com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23). Com o Jesus deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeová terão este privilégio – mas não depois da morte, porque eles são aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um período indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir. Minha comunhão com Jesus bíblico, no entanto, é inquebrável e eterna.

"Jesus", ainda preso numa cruz

Os católicos romanos também amam a Jesus. Eu também o amei da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheço e amo agora. Algumas vezes ele era apenas um bebê ou, no máximo, um garoto protegido pela sua mãe. Quando queria a sua ajuda eu me assegurava rezando primeiro para sua mãe. O Jesus para quem eu oro hoje já deixou de ser um bebê por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como católico morava corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernáculo que ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hóstias brancas, enquanto que, simultaneamente, morava em milhões de hóstias ao redor do mundo. Meu Jesus, na verdade, é o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele não habita em objetos inanimados.

O Jesus dos católicos romanos que eu conhecia era o Cristo do crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de forma apropriada, o sacrifício repetido perpetuamente na missa e a Sua obra de salvação incompleta. Aproximadamente há dois milênios, o Jesus da Bíblia pagou totalmente a dívida dos meus pecados. Ele não necessita mais dos sete sacramentos, da liturgia, do sacerdócio, do papado, da intercessão de Sua mãe, das indulgências, das orações pelos mortos, do purgatório, etc. para ajudar a salvar alguém. Os católicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se chamam de católicos carismáticos, católicos "evangélicos", ou católicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que não é o Jesus bíblico. Ele é "um outro Jesus".

"Jesus", o bilionário

Até mesmo alguns que se dizem evangélicos promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores do movimento da fé e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente próspero. De acordo com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia roupas de marca (uma referência à sua capa sem costura) semelhantes às vestidas por reis e mercadores ricos. Usando uma argumentação distorcida, um pregador do sucesso chamado Robert Tilton declarava que ser pobre é pecado, e já que Jesus não tinha pecado, então, obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O pregador da confissão positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce simplesmente porque está seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a idéia de que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discípulos deviam ter muito dinheiro.

O "Jesus" do movimento da fé e das igrejas psicologizadas

Para muitos, Jesus morreu na cruz para nos assegurar
uma auto-estima positiva.
Além da pregação sobre um Cristo que era materialmente rico, muitos pregadores do movimento da fé, tais como Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satanás a fim de completar a expiação pelos pecados dos homens. Este não é o Jesus que eu conheço e amo.

O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O televangelista Robert Schuller apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus, psicólogos cristãos e numerosos pregadores evangélicos dizem que Sua morte na cruz prova o nosso valor infinito para com Deus e que isto é a base para nosso valor pessoal. Não somente existe uma variedade enorme de "jesuses" que promovem o ego humano hoje em dia, como também estamos ouvindo em nossas "igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode não ser tão importante para o nosso bem psicológico do que nossa própria percepção sobre Ele. Esta é a base para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem técnicas não-bíblicas de cura interior. Eles dizem que nós devemos perdoar Jesus pelas situações passadas, nas quais nós sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?

Conclusão

A comunhão com Jesus é o coração do Cristianismo. Não é algo que meramente imaginamos, mas é uma realidade. Ele literalmente habita em todos que colocam nEle a sua fé como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). O relacionamento que temos com Ele é ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. Nossas experiências pessoais genuínas com Jesus estão sempre em harmonia com a Sua Palavra objetiva (Is 8.20). O Seu Espírito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento é o fundamento para nossa comunhão com Ele (Jo 8.31; Fp 3.8). Nosso amor por Ele é demonstrado e aumenta através de nossa obediência aos Seus mandamentos; nossa confiança nEle é fortalecida através do conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse: "Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (Jo 18.37). Na proporção em que nós crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos, também minaremos nosso relacionamento vital com Ele.

Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da comunhão com Jesus e com aqueles que O conhecem e são conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trágico do que alguém oferecer suas afeições para outro Jesus, inventado por homens e demônios. Nosso Senhor profetizou que muitos cairiam na armadilha daquela grande sedução que viria logo antes de Seu retorno (Mt 24.23-26). Haverá muitos que, por causa de sinais e mqualaravilhas, como são chamados, feitos em Seu nome, se convencerão de que conhecem a Jesus e O estão servindo. Para estes, um dia, Ele falará estas solenes palavras: "...Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que este pode ser o ministério mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta pergunta traz conseqüências eternas.

Fonte: http://www.chamada.com.br/mensagens/qual_jesus.html

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A GRANDE COMISSÃO

     Em nossos dias a Igreja parece viver uma crise de identidade. O que é ser Igreja? Evangelismo e discipulado estão em conflito. Os muitos recursos utilizados para a propagação da mensagem do evangelho não estão atingindo os objetivos com integralidade. A Igreja tem conquistado críticos vorazes. As realizações espetaculares acabam por tirar a essência e a força da mensagem de salvação. Estamos perdendo o foco. Diante de tantos eventos empreendidos temos conseguido cumprir o "ide" de Cristo? A igreja tem materializado as coisas espirituais. Precisamos voltar urgentemente ao modelo estabelecido por Jesus que está contido na sua Santa Palavra.

Vejamos o vídeo:


sábado, 19 de novembro de 2011

O CRISTÃO E A ANSIEDADE

Por Francimar Araujo

Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Mt 6.31)

A inquietude é a característica de alguém que não tem sossego. Uma pessoa que vive agitada pelas incertezas da vida. Aquele que vive perturbado pelas dúvidas e que não consegue descansar. Um ser humano inquieto não tem paz, mas está o tempo todo em conflito. Essa inquietude pode ser entendida como a ansiedade. A ansiedade faz parte da constituição biológica do homem e é desencadeada quando nos sentimos em perigo, seja ele real ou imaginário. Essa característica natural produz em nós inúmeras sensações físicas: taquicardia, transpiração, fobias, dores no peito, boca seca, etc. A ansiedade contribui de um certo modo para a nossa preservação. O problema da ansiedade é quando ela passa a nos controlar, ou seja, quando momentos de ansiedade se convertem numa vida ansiosa. 

Há pessoas que desenvolvem problemas psicológicos sérios decorrentes da ansiedade como: depressão, síndrome do pânico, complexo de inferioridade, fobia social etc. As chamadas doenças psicossomáticas também podem ser desenvolvidas por pessoas extremamente ansiosas. Foi contra essa inquietude descontrolada e infundada que Jesus alertou os seus discípulos e os consolou com suas palavras. 

A ansiedade é um mal do século, mas é incompatível com o cristianismo. O vocábulo em grego para o termo inquieto ou ansioso é: merinmnaõ. O alerta do Senhor Jesus era para que os seus seguidores não estivessem inquietos a ponto de perderem o foco. A ansiedade pode converter-se em medo. O medo tem o poder de nos paralisar e nos fazer desistir. Cristãos ansiosos são confundidos com aqueles que não conhecem a Deus. Enquanto todos vivem uma vida de ansiedade o crente descansa no cuidado do Senhor. Quando somos ansiosos duvidamos do amor de Deus por nós. A nossa ansiedade desacredita do poder e da sabedoria do nosso Deus. O cristão que vive inquieto erra ao estabelecer as prioridades do Eterno Senhor para sua vida. 

O nosso Senhor não está incentivando uma vida de procrastinação e comodismo, mas combatendo a busca desenfreada por bens materiais. Quando fazemos do nosso corpo um Senhor e não um servo não estamos cumprindo o propósito de Deus para nossa vida. 

Em certa ocasião, Jesus estava numa aldeia e uma mulher chamada Marta que tinha uma irmã cujo nome era Maria o recebeu juntamente com seus discípulos em sua casa (Lc 10.38-42). Enquanto Maria está ouvindo os ensinos do Senhor, Marta serve compulsivamente. Marta critica sua irmã, pois enquanto trabalhava duramente, Maria escutava o Mestre. Jesus repreende Marta e diz que ela anda ansiosa, mas elogia sua irmã.   Marta recebe um alerta, porque a  sua vida de ansiedade a fez perder o foco. Ela não discerniu suas reais necessidades e se preocupou com coisas efêmeras. Maria escolheu a melhor parte. A nossa inquietude nos leva a fazermos escolhas erradas e precipitadas. Marta representa aqueles que convidam Jesus, mas se ocupam com as coisas. Maria se ocupa primeiramente com o Senhor. Essa parte nunca será tirada. Deus permite que fiquemos sem muitas coisas, mas nunca sem sua presença. Antes de realizarmos algo para o Senhor Jesus precisamos estar aos seus pés para que não fiquemos como "Martas", orgulhosas porque fazemos muitas tarefas. Jesus valoriza a nossa afeição acima do serviço.

Podemos ser atacados pela ansiedade, mas a boa notícia é que temos uma arma eficaz contra este mal: a oração. Vejamos o que diz o apóstolo Paulo: "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças" (Fp 4.6). Para vencermos a ansiedade seja qual for a sua origem precisamos nos achegar a Deus em oração. A oração nesse versículo fala de um relacionamento com o Senhor. É a busca da intimidade com Deus, e esse conhecimento do Senhor me livra da ansiedade. A súplica aponta para as nossas petições propriamente, mas são pedidos realizados numa posição de reverência e humildade reconhecendo o senhorio de Deus. Cultivando uma vida de gratidão estaremos sempre dando a glória ao Senhor, sabendo que as conquistas são respostas das nossas orações e súplicas. Alguém disse sobre este versículo: "Ansioso por nada, orando por tudo e agradecido por qualquer coisa".

Quando vivemos ansiosos pelo o amanhã, não conseguimos realizar a vontade de Deus hoje.





quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PAZ, TÃO DOCE PAZ

Por Hernandes Dias Lopes

A paz é o sonho de consumo de todo ser humano. O homem busca a paz em todos os lugares, por todos os meios e até faz guerras para alcançá-la. As religiões prometem a paz. O dinheiro tenta comprá-la. Os prazeres desta vida oferecem-na como cardápio do dia. Mas, o que é a paz? Onde encontrar a paz? Como podemos recebê-la? Precisamos primeiramente entender que a verdadeira paz não é quietude ou meditação transcendental nem uma incursão pelos labirintos da nossa alma. Não alcançamos a paz cavando os poços de nosso próprio coração. Ainda precisamos entender que a paz não é ausência de problemas. Não é paz de cemitério. A verdadeira paz coexiste com a dor, é temperada com as lágrimas, e estende suas raízes no solo duro do sofrimento. Vamos, agora, tratar de dois aspectos da verdadeira paz.

1. A paz com Deus - O homem é um ser rebelado contra Deus. Toda a inclinação do nosso coração está contra Deus. Somos, por natureza, inimigos de Deus. Não nos deleitamos em Deus nem temos prazer em obedecer a sua lei. Apesar de termos virado as costas para Deus, Deus jamais desistiu de nós. Ao contrário, amou-nos com amor eterno e buscou-nos com desvelo singular. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Foi Deus e não o homem quem tomou a iniciativa da reconciliação. O homem cavou abismos no seu relacionamento com Deus, mas Deus construiu uma ponte segura para reatar esse relacionamento. Jesus veio ao mundo como nosso mediador, representante e fiador e morreu na cruz pelos nossos pecados a fim de reconciliar-nos com Deus. Fomos justificados. Nossa dívida foi paga. Estamos quites com a lei de Deus. A justiça de Deus foi satisfeita. Agora não há mais barreira entre nós e Deus. Fomos reconciliados com Deus. Agora temos paz com Deus. A paz com Deus fala de relacionamento restaurado. Não somos mais réus, mas filhos. Não somos mais estranhos, mas amigos. Não estamos mais distantes, fomos aproximados. Não estamos mais em guerra contra Deus, agora temos paz com Deus. A paz com Deus não é alcançada por aquilo que fazemos para Deus, mas por aquilo que Deus fez por nós. Não obtemos essa paz pelo nosso sacrifício, mas pelo sacrifício de Cristo na cruz por nós.

2. A paz de Deus - Se a paz com Deus fala de relacionamento, a paz de Deus fala de sentimento. A paz de Deus é consequência direta da paz com Deus. É impossível experimentar a paz de Deus sem primeiro conhecer a paz com Deus. A paz com Deus é a causa, a paz de Deus é a consequência. A paz com Deus é operada fora de nós, no tribunal de Deus; a paz de Deus é experimentada dentro de nós, em nossa mente e coração. A paz com Deus tem a ver com nossa posição aos olhos de Deus no céu; a paz de Deus tem a ver com nossa intimidade com Deus na terra. A paz de Deus é uma sentinela ao redor da nossa mente e do nosso coração livrando-nos da ansiedade. É uma muralha divina que protege nossa razão e nossa emoção dos temores que rondam a nossa alma. É desfrutar de uma doce paz no meio do vale escuro. É ter uma mente segura e um coração sereno mesmo na tempestade borrascosa. É confiar plenamente em Deus, mesmo que o mundo ao nosso redor se transtorne. É viver com o coração no céu, mesmo que os nossos pés sejam feridos na terra. A paz de Deus não é uma paz química, que se compra na farmácia. Não é uma viagem para o interior do nosso coração pelas vias da meditação transcendental. Não é o produto de técnicas psicológicas nem o fruto de processos místicos, mas o resultado de orarmos, pensarmos e agirmos corretamente. Aqueles que têm paz com Deus podem e devem experimentar a paz de Deus. Aqueles que foram reconciliados com Deus por meio de Cristo, já estão livres da condenação diante do tribunal de Deus e devem estar livres de toda ansiedade e temor diante das lutas da vida. Oh, paz, tão doce paz! Oh, consolo sem par! Oh, ventura sem igual!

Fonte: http://www.hernandesdiaslopes.com.br/2011/09/paz-tao-doce-paz/

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

COMO GLORIFICAR A DEUS NO TRABALHO

Por John Piper
     
     Após duas semanas na Austrália, finalmente estou em casa. Estou transbordando de gratidão a Deus por Seus servos que lá estão, e pelo prazer de trabalhar juntamente com eles em Brisbane, Sidney e nas montanhas de Katoomba.

    Uma das conferências intitulava-se Comprometidos e era destinada aos “jovens trabalhadores”, o que, em seu dialeto, significa jovens profissionais em ambiente de trabalho. Perguntaram-me, em uma entrevista, se considerava o foco desta conferência uma boa ideia. Respondi que sim, pois 1 Coríntios 10:31 diz: “ Portanto,quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”

     Então perguntaram: Como jovens trabalhadores podem glorificar a Deus no trabalho?  E eis a essência de minha resposta:

     Dependência - Vá para o trabalho totalmente dependente de Deus (Provérbios 3: 5-6; João 15:5). Sem o Senhor, você não pode sequer respirar, mover-se, pensar, sentir ou falar. Sem mencionar ser espiritualmente influente. Levante-se pela manhã e deixe que Deus saiba de seu desespero por Ele. Ore clamando por ajuda.

     Integridade - Seja absoluta e meticulosamente honesto e merecedor de confiança em seu trabalho. Seja pontual. Pague o justo pelo dia de trabalho. “Não furtarás”. Muitas pessoas roubam seus empregadores tanto com sua indolência quanto com o roubo do dinheiro em caixa.

     Habilidade - Seja bom naquilo que faz. Deus lhe agraciou não apenas com integridade, mas também, dando-lhe dons, habilidades. Valorize este dom e seja um bom administrador destas habilidades. O aperfeiçoamento nestas técnicas se constrói na dependência e na integridade.

     Moldando ao grupo - À medida em que você se tronar influente e oportuno,  molde a imagem de seu trabalho, de forma que as estruturas, políticas, expectativas e objetivos do mesmo sejam compatíveis com as de Cristo. Por exemplo, alguém está moldando a imagem deste restaurante chamado Chick-fil-A através deste vídeo (colocar link).

     Impacto - Almeje ajudar à sua empresa a impactar de maneira construtiva ao ser e não destrutiva à alma. Algumas indústrias possuem um impacto destrutivo (como por exemplo, indústrias pornográficas, de apostas, aborto, trapaças, etc.). Entretanto, é possível ajudar muitas empresas a caminharem em uma direção que lhes propicie vida, sem arruinar a alma. Assim que tiver a oportunidade, trabalhe para isso.

     Comunicação - Locais de trabalho são uma rede de relacionamentos. Estes só são possíveis através da comunicação. Introduza sua cosmovisão cristã às conversas do dia-a-dia. Não esconda sua luz debaixo de uma cesta de lixo. Coloque-a em evidência naturalmente, alegremente e de maneira cativante. ‘os que amam a tua salvação digam sempre: O Senhor seja magnificado!’ (Salmos 40:16)

     Amor - Sirva aos outros. Seja aquele que se dispõe primeiro a comprar a pizza, a dar carona, organizar o picnic. Desperte o interesse das outras pessoas no trabalho. Seja conhecido como aquele que se importa não apenas com as histórias alegres de fim de semana, mas com os fardos das pesadas e dolorosas manhãs de Segunda-feira. Ame seus colegas de trabalho e apresente a eles o grande Carregador de fardos.

     Dinheiro - O trabalho é o lugar onde você ganha (e gasta) dinheiro, sendo o mesmo inteiramente de Deus, e não seu. Você é um administrador. Transforme seu salário em uma enxurrada de generosidade na qual você administra o dinheiro pertencente a Deus. Não trabalhe para ganhar e assim, ter. Trabalhe para ganhar e assim ter o que dar e investir em obras que exaltem a Cristo. Faça com que seu dinheiro anuncie a Cristo como seu tesouro supremo.

     Agradeça - Sempre dê graças a Deus pela vida, saúde, pelo trabalho e por Jesus. Seja uma pessoa grata no trabalho. Não esteja entre os que reclamam. Deixe que sua gratidão a Deus superabunde em um espírito humilde de gratidão a outros. Seja conhecido como alguém cheio de esperança, humilde e grato.

     Há muitas outras coisas a dizer sobre glorificar a Deus no ambiente de trabalho. Mas isto é o começo. Adicione-as à lista à medida em que Deus lhe mostrar. A questão é: O que quer que faça, o que quer que coma, beba ou onde trabalhe, faça tudo para que Deus pareça tão grande quanto Ele verdadeiramente é.


Fonte: http://www.blogfiel.com.br/2011/11/como-glorificar-a-deus-no-trabalho.html

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MAIOR ESPERANÇA DA IGREJA

Por Francimar Araujo

O Novo Testamento tem 260 capítulos e há quase 300 referências a respeito da volta do Senhor Jesus. Isso nos mostra que um dos assuntos mais abordados no Cânon Neotestamentário é a volta de Cristo. A comunidade dos cristãos primitivos tinha a convicção deste acontecimento e esses crentes viviam as suas vidas de forma que a volta de Jesus fosse o evento mais aguardado para as suas almas. Para aqueles que viveram no primeiro século da Era Cristã a volta de Cristo era o agente motivador de suas ações. Eles evangelizaram praticamente todo o mundo conhecido de sua época, pois tinham a convicção de que Jesus voltaria a qualquer momento, por isso não queriam que ninguém deixasse de ouvir a mensagem de salvação.

A volta de Cristo tornou-se a principal causa impulsionadora da expansão do Evangelho no século primeiro. Nosso Senhor sempre alertou os seus discípulos acerca deste episódio e os incentivou a aguardá-lo independentemente do tempo transcorrido. A esperança dos seus seguidores deveria estar alicerçada em suas palavras. As palavras de Cristo jamais passariam. A Igreja primitiva esperava ardentemente o momento em que o Seu mestre iria buscá-la para estar eternamente com Ele. A Bíblia se encerra com a promessa do Senhor Jesus de vir buscar a sua amada igreja. 

A última promessa das Sagradas Escrituras é a certeza da volta de Cristo. Assim diz o penúltimo versículo do Livro Sagrado: "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus." Ap 22.20. A volta de Cristo é um acontecimento que faz parte do cronograma divino, embora não saibamos o dia de sua vinda, temos, pelas Sagradas Escrituras, a convicção de que ela é certa e literal. A segunda vinda de Cristo ou Parousia (I Ts 4.15), que é divida em duas fases, a saber: A primeira invisível para o mundo, na qual Cristo arrebatará (Harpazo - I Ts 4.17) a sua Igreja e a segunda visível para todo o mundo, onde Jesus virá (Epiphaneia - I Tm 6.14) com sua Igreja para estabelecer o seu Reino de mil anos na terra, tem sofrido ataques desde o início da Igreja. 

O apóstolo Pedro defendeu a promessa da segunda vinda de Cristo em sua segunda epístola, pois já havia em sua época uma corrente que não acreditava mais neste evento como podemos ver no texto:  "Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação." II Pe 3.3,4. 

Jürgen Moltmann
A Teologia Contemporânea e liberal, que tem como um de seus representantes o teólogo reformado alemão Jürgen Moltmann, também ataca e desacredita da doutrina bíblica que defende a volta de Cristo. Segundo Moltmann, em seu livro intitulado Teologia da Esperança, a volta de Jesus Cristo não será real e portanto não trará a solução para todos problemas existentes no mundo quando do estabelecimento do Reino de Deus na terra pelo Seu Filho Jesus, mas segundo este teólogo a segunda vinda do Senhor Jesus é uma utopia que tem a finalidade de nos motivar a sermos, nós mesmos, os agentes que irão transformar por completo a sociedade. Apesar de termos a nossa responsabilidade como cidadãos do reino, a "Teologia da Esperança" ao considerar o retorno de Cristo como uma "Utopia", revela a sua total falta de comprometimento com a exegese bíblica e ignora muitas referências relativas a segunda vinda de Jesus como por exemplo: Jo 14.1-3; At 1.11; 1 Ts 4.16,17; Tt 2.13; Ap 22.20, etc.

O retorno do Nosso Senhor Jesus é de fundamental importância para o cumprimento de inúmeras profecias, bem como a instauração do Seu Reino de Justiça  que terá a duração de mil anos (SI 2.8; 24.7,8; Is 9.7; 11.6-10; 35.1,2; 61.3; Jr 23.5,6; Mq 4.3-5; Zc 9.10 Ap 20.1-3, 7-10). 

Em nossos dias a volta do nosso Senhor Jesus tem sido um assunto negligenciado nos púlpitos das igrejas evangélicas. Falta-nos verdadeiros arautos comprometidos e que não alteram a mensagem genuína da Bíblia Sagrada e que não estão buscando a glória efêmera dos homens. O apóstolo Paulo descreve a segunda vinda de Cristo como uma bem-aventurada esperança (Tt 2.13), mas vemos que os cristãos pós-modernos estão trocando a gloriosa esperança do retorno de Jesus por sonhos materialistas e humanistas. A noiva do Cordeiro tem sido seduzida por "novas teologias" que tentam iludi-la e roubar o seu coração.

Jesus sabia que não seria fácil para sua Amada Igreja aguardá-lo, pois sofreria vários ataques e enfrentaria muitas oposições caso quisesse permanecer firme esperando o retorno do Seu Amado Senhor. Os inimigos sãos numerosos: tempo, frieza espiritual, falsos profetas, materialismo, mestres espúrios e a busca desenfreada pela realização de sonhos que na maioria das vezes não fazem parte dos planos de Deus, mas que refletem um sentimento egoísta são alguns  dos perigos que matam a esperança e tiram o ardente desejo que a Igreja deve conservar de ver a volta de Seu Rei e Senhor.

No Evangelho Sinótico escrito por Mateus, Jesus por meio de três parábolas a saber: Os dois servos, As dez virgens e Os talentos (Mt 24.45-51; 25.1-30), falou sobre a importância de seus discípulos estarem sempre alertas e vigilantes aguardando a sua vinda com responsabilidade.

Na segunda parábola utilizada pelo Senhor Jesus, Ele fala sobre dez virgens que estão aguardando o noivo para a celebração de uma cerimônia de casamento. Utilizando de um acontecimento especial e que faz parte de todas as civilizações, Jesus traz alguns ensinamentos e alertas para o seu povo com relação a sua volta.
É necessário um conhecimento cultural para entendermos como era realizado o casamento e quais os personagens envolvidos e suas participações no evento.

Além dos noivos, havia dois grupos principais: Os companheiros ou amigos do noivo, que ocupavam um lugar de honra e tinham como primeira tarefa formarem o cortejo além de carregarem a noiva numa liteira até o local onde seria realizado o casamento. O segundo grupo de destaque era o formado pelas damas de companhia da noiva que tinham a tarefa de acompanharem a prometida quando esta fosse  receber o noivo. Esse segundo grupo é representado pelas dez virgens da parábola. Devido às altas temperaturas os casamentos eram realizados a noite. O noivo saía de sua residência e num grande cortejo acompanhado por muita música e festa seguia até a casa da noiva que aguardava ansiosamente este momento.

As virgens que acompanhavam a noiva tinham que portar lamparinas que iluminariam o caminho e davam um lindo visual ao séquito. Essas lâmpadas eram obrigatórias e deveriam ser usadas durante todo o trajeto. Não podiam ser grandes para facilitar a portabilidade, mas gerava um problema que era a pouca autonomia. As moças deveriam carregar um reservatório de azeite, pois se tardasse o noivo elas não ficariam com suas luzes apagadas. Bem diferente do ocidente nessa cerimônia a noiva espera o noivo e a tradição faz com que o noivo demore para chegar. Ao chegar na casa da noiva, o noivo é recebido com honras pelas acompanhantes da noiva e o lindo cortejo prossegue para o local onde será realizado o casamento, as pessoas trazem na mão um ramo de murta, os músicos tocam alegremente e a multidão festeja com canções. Quando chegam ao local, devido às altas horas, a porta é fechada e a casa se enche de comunhão e alegria.
Esse é o contexto histórico e cultural que envolve a parábola das Dez Virgens. Mas quais os ensinamentos que o Mestre Jesus queria transmitir a sua Igreja quando a proferiu?

A principal mensagem dessa parábola é sobre a prontidão. As virgens deveriam estar preparadas, pois mesmo se o noivo tardasse não seriam surpreendidas. As dez representam a Igreja em sua totalidade, pois o número dez simboliza a inteireza. São dez os mandamentos da Lei. Contamos dez dedos nas duas mãos. No mínimo dez pessoas eram necessárias para uma reunião da sinagoga. A décima parte pertence a Deus. São dez as cordas da harpa. Dez ofensas esgotam a paciência. Dez pães bastam para uma viagem. Dez foram as pragas do Egito. A besta do Apocalipse tinha dez chifres. O objetivo de Jesus é dizer que as dez virgens representam a comunidade dos crentes. Quando Cristo voltar os fiéis farão parte de um dos dois grupos. Não existe meio termo. Algo interessante é o fato de todas as donzelas adormecerem. As prudentes dormiram assim como as néscias. Nosso Senhor não as critica por terem dormido mas por estarem desprovidas do azeite necessário para abastecer as lamparinas. As cinco moças demostraram a sua prudência quando se mostraram preparadas quando foi preciso. Elas descansaram e adormeceram mas não se esqueceram de levarem a reserva de azeite. A figura do Óleo nos aponta para algo imprescindível e insubstituível, o Espírito Santo. A falta do azeite fala da igreja sem espiritualidade, sem combustível, sem luz. Uma igreja que não tem poder para desempenhar sua missão na terra, uma igreja que não tem o penhor da herança e que não está selada por isso é indigna de entrar no Céu. 

Percebemos na parábola que as dez virgens tinham as suas lâmpadas acesas, mas no final apenas cinco conseguiram manter as lamparinas vivas. Entendemos que é possível começar no Espírito, mas depois perdermos a espiritualidade e não termos o poder de testemunharmos, pois é a presença do Espírito que dá ao cristão as condições de vencer o mundo. Quando é anunciada a chegada do noivo as cinco virgens prudentes limpam os pavios, para que as lâmpadas dessem uma luz forte e adicionam o óleo indo ao encontro do noivo que as recebe para as bodas. As cinco tolas foram desesperadas em busca de azeite. Tarde demais. Não havia mais tempo. Clamam pelo noivo e o chamam de Senhor, mas ouvem um solene "não vos conheço".

Jesus não marcou uma data para sua vinda e muitos erram em apontar um dia para tal acontecimento. Ele nos deixou avisos e falou acerca de sinais que antecederiam o seu retorno. Diante de todas essas explanações qual a nossa responsabilidade? Sempre que encontramos no Novo Testamento uma referência da volta de Cristo há solenes exortações e admoestações que nos falam de um assunto que simboliza a prudência das cinco virgens que é a Santificação. A nossa preocupação deve estar na maneira como aguardamos a volta de Jesus. Mas a nossa busca pela santificação só será plena quando o nosso coração estiver plenamente desejoso de estar com o Senhor. Quando a nossa maior esperança for o arrebatamento da Igreja. Não sabemos a hora que o nosso Senhor irá voltar, mas podemos vigiar e santificar a nossa vida para que estejamos preparados na sua vinda.

"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor". Hb 12.14

 Maranata!





             

UM CHAMADO PARA A ANGÚSTIA

       Uma mensagem impactante e confrontadora. O nosso coração será tocado pelas palavras de um homem que  neste sermão deixou transparecer a voz da sua alma. Deus nos incomodará e fará com que pensemos se estamos vivendo um evangelho genuíno alimentado pelo Poder do Espírito Santo ou se estamos buscando sempre os nossos prazeres acima de todas as coisas.