sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A ARTE DO PERFUMISTA NA ALMA DO ADORADOR

Por Felipe Carlos de Lima

Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e ônica, e gálbano; estas especiarias aromáticas e incenso puro de igual peso; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo;” Êxodo 30.34-35

Segundo o Dicionário Aurélio a definição para adoração é o “culto a uma divindade; culto, reverência e veneração”. No velho testamento a palavra hebraica que define adoração é sãhãh que significa “adorar, prostra-se ou curvar-se”, já no novo testamento a palavra vem do grego (proskuneõ), “fazer mesura, fazer reverência, (formado de pros,” para” , e Kuneõ, “beijar”) todas estas definições nos leva à idéia de que devemos nos  prostrar ante à presença de Deus.

O incenso sagrado era queimado pelo sacerdote sobre o altar do incenso que ficava na tenda da congregação no lugar Santo. O sacerdote levaria brasas do altar das ofertas queimadas e espargiria o pó do incenso nas brasas de fogo e colocaria tudo no altar do incenso, pela manhã e ao anoitecer (Êx 30.7,8).Também no Dia da Expiação o sumo sacerdote deveria tomar um incensário de brasas de fogo e trazê-lo para dentro do véu,no Santo dos Santos, e aspergir o incenso sobre o fogo diante do propiciatório,como uma preparação para a aspersão do sangue sacrificial (Lv 16.12-14).

Tomando por base o texto bíblico em Êx 30.34-35 vemos quais eram as especiarias utilizadas na preparação do incenso e como a extração destas especiarias tem a ver com a disposição do coração do crente em oferecer ao Senhor uma verdadeira adoração. 

A primeira especiaria do incenso sagrado era retirada do estoraque, uma árvore pequena e muito bonita que se cobria na primavera, de folhas brancas e amarelas. O processo para extrair a fragrância desta árvore era feita através de uma pequena incisão no tronco para obter uma resina do liquido que escorria dela, este processo nos ensina de que o verdadeiro adorador precisa fazer pequenos cortes em sua alma a fim de quebrar seu orgulho, reconhecendo que é pecador e que necessita do senhor a todo o momento. 

A segunda especiaria é o gálbano,obtido da férula, uma árvore fortemente enraizada que existe na palestina. Para obter o gálbano, era necessário cortar o caule dessa árvore a fim de se obter um líquido leitoso, que uma vez endurecido formava uma resina amarelada. Esse processo nos ensina de que devemos estar diante de Deus com um coração quebrantado e contrito: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito”. (Sl. 34.18).

A terceira especiaria é a ônica. Essa especiaria era obtida através de um molusco marinho nas profundezas do mar e o processo de extração dessa especiaria nos ensina que devemos, como verdadeiros adoradores, ter uma vida de profundidade na palavra do senhor, pois é somente através do conhecimento dela que poderemos ter mais intimidade com nosso Deus.

A última especiaria é o incenso puro. A resina do incenso puro é obtida da Boswellia, uma árvore nativa do sul da Arábia. Quando a casca da mesma é retirada, aparece uma seiva chamada de “lágrimas”. Esse processo nos ensina que para sermos verdadeiros adoradores é necessário viver uma vida de oração, derramando as lágrimas da nossa alma perante o Deus todo poderoso. 

Nos dias atuais, é possível perceber que muitos cristãos associam apenas adoração com gestos e cânticos durante o culto em suas Igrejas. No entanto ao refletir a respeito da Palavra de Deus, compreendemos que adoração não se restringe apenas ao culto nas Igrejas, mas vai além, é a arte de manifestar todo nosso amor, reconhecimento, e serviço a Deus, em todos os momentos diários de nossa vida, vivendo como testemunhas do Senhor.

 E que depois desta reflexão possamos orar ao senhor e dizer, “que a minha vida possa queimar como um incenso em teu altar”.



Bibliografia:
Almeida, João Ferreira. Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil. Edição revista e corrigida 2010.
Wycliffe Bible Dictionary Hendrickson Publishers, Inc. Peabody, Massachusettes, EUA, 5ªedição 2009.

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