sábado, 31 de dezembro de 2011

VOCÊ FOI VITORIOSO EM 2011?

Por Francimar Araujo

O ano está acabando e as esperanças são colocadas no ano vindouro. Muitos propósitos foram concretizados e também alguns não se realizaram. Os planos traçados que não conseguimos tornar realidade querem trazer para as nossas vidas um sentimento de frustração. Como podemos ter a certeza de que obtivemos um ano vitorioso? Será que a quantidade de conquistas podem ser traduzidas em um ano de sucesso? 

Para o cristão nem sempre a lógica humana faz sentido. A Bíblia parece ser cheia de enigmas e muitas de suas declarações são totalmente contra as interpretações convencionais. A Bíblia diz que quando nos reconhecemos fracos, então somos fortes. Diz ainda que só os simples podem compreender os maiores mistérios divinos. Há uma afirmação que nos mostra que devemos nos alegrar com as perseguições. Esses são apenas alguns exemplos. Aquele que serve a Deus e procura andar nos seus caminhos não pode fazer uma avaliação de sua vida e realizações sob a ótica humana, mas tendo por base os desígnios do Senhor. Quando temos a certeza  que Deus cuida das nossas vidas, quando descansamos sob a égide da soberania do Deus Todo Poderoso, sabemos que todas as coisas cooperaram para o nosso bem, mesmo as mais improváveis. 

Podemos traçar um ano cheio de alegrias, mas as tristezas sempre estarão presentes em muitos momentos. Não nos preparamos para os momentos de adversidades mesmo sabendo que esses sempre surgirão em nosso caminho. Nos esquecemos que o choro pode até durar uma noite inteira. Também nos esquecemos que o justo pode cair sete vezes. As amizades que pareciam inabaláveis sucumbiram ante as intempéries. Sentimo-nos abandonados em muitos momentos. Circunstâncias tão difíceis que as palavras não puderam expressar nossos sentimentos. Isso nos faz ser o que somos. Homens frágeis.

Relembrando tantas dificuldades parece impossível declarar que o ano de 2011 foi vitorioso, principalmente quando vemos muitos dizerem que o ano foi só de alegrias e que realizaram todos os seus sonhos. Com certeza muitos que falam estas palavras fogem da realidade e não admitem os fracassos que tiveram. falta-lhes maturidade e coragem.

Não tenha medo ou o orgulho desnecessário de falar que não conquistou tudo o que queria. Não tenha vergonha de dizer que os sonhos não se realizaram. Pense na seguinte declaração: Como me sairia se conseguisse tudo o que planejei? Teria estrutura para lidar com todas essas conquistas? Às vezes muitos dos nossos sonhos quando se tornam realidade nos trazem grandes perdas e tristezas.

Quando contemplamos as Sagradas Escrituras entendemos que os nossos planos são falíveis e isso não nos deixa tristes, mas deve trazer para nós a segurança de que no final, a última palavra é de Deus. Aprendemos a não fazer planos movidos por sentimentos humanos de conquistas, mas a procurarmos conhecer a vontade do Senhor para as nossas vidas. Percebemos que nem sempre o que desejamos é o que necessitamos, mas o que Deus nos dá. Entendemos que os pensamentos do Senhor são maiores e mais sublimes que os nossos vãos pensamentos.

Neste final de ano, sem sombra de dúvidas, o sentimento que deve ocupar nossos corações é a gratidão. Saber que tudo o que conquistamos e perdemos foi devido às misericórdias do Senhor. Agradecer pelos meses de fidelidade que o nosso bondoso e benigno Sumo Pastor teve para conosco. Procurar adorar a Deus independente das lutas, problemas, dificuldades, dores e lágrimas que enfrentamos. Como diz o cantor cristão no hino 597, "Graças Dou":

Graças dou por esta vida: pelo bem que revelou.
Graças dou pelo futuro, e por tudo que passou.
Pelas bênçãos derramadas, pela dor, pela aflição.
Pela graça revelada! - graças dou pelo perdão.

Graças pelo azul celeste e por nuvens que há também,
Pelas rosas do caminho, por espinhos que elas têm,
Pela escuridão da noite, pela estrela que brilhou,
Pela prece respondida, pelo sonho que falhou.

Pela cruz e o sofrimento e por toda provação,
Pelo amor que é sem medida, pela paz no coração,
Pela lágrima vertida, pelo alívio que é sem par.
Pelo dom da eterna vida, sempre graças hei de dar.
 
Será que diante das palavras que foram expostas podemos ter condições de saber se o nosso ano foi bem sucedido?
Entendo que se conseguimos compreender o propósito de Deus para as nossas vidas e se nos dispusemos a buscá-lo, tivemos um ano abençoado. Se apesar das lutas não abrimos mão da presença do Senhor em nossas pelejas e compreendemos que a sua presença é o maior bem, nos saimos bem em 2011. Se mesmo diante de tantas ofertas do mundo e tendo muitas necessidades a serem supridas nós esperamos pelo socorro do nosso Deus, obtivemos êxito. Se conseguimos manter a nossa fé inabalável nos momentos que mais precisávamos dela, fomos vitoriosos. Se derrotamos, nas batalhas que travamos, os nossos três inimigos mortais a saber: A Carne, o Mundo e o Diabo, fomos vencedores.

Não sabemos o que nos reserva o ano vindouro, mas temos a convicção que o Deus imutável estará conosco. E mesmo não enxergando com os olhos naturais muitos motivos para achar que nada de novo vai nos acontecer, pela visão espiritual temos a certeza que o Deus que faz coisas novas, irá nos surpreender com muitas alegrias.

Feliz Ano Novo.







domingo, 25 de dezembro de 2011

POR QUE CELEBRAMOS O NATAL?

Por Norbert Lieth

festa de Natal é uma das mais populares do mundo. Muitos aproveitam a oportunidade para dar e receber presentes, mas quem mais usufrui dessa data é o comércio, que a cada ano começa mais cedo com a decoração natalina e sugere presentes para todos os bolsos e gostos. Mas será que ainda se sabe a verdadeira razão do Natal? Quem conhece sua origem? Será que é apenas uma festa de família, um momento de celebrar laços de amor e amizade? Para muitos, o Natal significa estresse, para outros representa solidão e um tempo onde o vazio interior é percebido com mais intensidade. Será que essa festa perdeu todo o seu sentido?

Vejamos porque devemos celebrar o Natal:

O Natal é a maior alegria que um ser humano pode encontrar

Encontramos este testemunho em Mateus 2.10-11: “E, vendo eles [os magos] a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe...” Ainda antes do nascimento de Jesus, Maria já exclamou: “o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc 1.47). E o anjo falou aos pastores de Belém: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2.10).
A desgraça do pecado é imensa, mas a alegria pela salvação em Jesus é incomparavelmente maior. Quantas vezes já sentimos grande júbilo e profundo alívio quando superamos um fracasso! Mas quando nos achegamos a Jesus, nos livramos de toda a culpa e das nuvens escuras da desesperança que pairam sobre nossa vida. Quando recebemos a Jesus, os raios do amor divino nos alcançam trazendo júbilo e alegria maiores que qualquer sofrimento, culpa ou frustração. Jesus é a luz no fim do túnel, a libertação da escravidão do pecado e a única garantia de futuro. Quem encontra Jesus é alguém que andou errante e finalmente achou o caminho de volta ao lar. E isso é motivo de intensa alegria, da maior alegria!

O Natal é a maior ação de busca e salvamento da história da humanidade!

Lemos no Evangelho de Mateus: “Ela [Maria] dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele [Jesus] salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). E no Evangelho de Lucas está escrito que “hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
A maior catástrofe da humanidade foi sua queda em pecado. Ela foi tão terrível que não havia outra possibilidade de salvação a não ser Jesus Cristo tornar-se homem. Deus, o Criador, tornou-se homem em Jesus e morreu por nós. Ele deu Seu sangue e Sua vida para termos o perdão. A grandeza dessa operação de salvamento manifesta a enormidade de nossa culpa e a grandiosidade do amor de Deus. Quem não consegue ou não quer crer nessa verdade é como alguém que se acidentou por sua própria culpa mas não quer aceitar ajuda de ninguém e permanece preso às ferragens do carro.

O Natal é a maior paz que podemos usufruir

A base do Natal está alicerçada na misericórdia de Deus: “graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz” (Lc 1.78-79).
Como clama por paz o nosso mundo! Os grandes e poderosos estão empenhados por ela, mas enquanto cada um, pessoalmente, não tiver paz dentro de si, o mundo continuará agitado. Trevas e sombras de morte caracterizam a imagem dos nossos dias. Todas as guerras e revoltas, todos o conflitos familiares e interpessoais são expressões da inquietação que habita em nossos corações. O grande pintor Michelângelo já dizia: “Não é a pintura nem a escultura que saciam a alma sedenta”. Todo o empenho em edificar e construir a paz não trará ao mundo essa tão esperada dádiva. Levantar a bandeira da paz, fazer marchas, passeatas e demonstrações em prol da paz igualmente será em vão. Agostinho, um dos pais da Igreja, formulou de maneira muito adequada o que traz paz ao coração: “Nosso coração fica inquieto até encontrar a paz em Ti, Senhor!” Somente Jesus poderá dirigir nossos passos pelo caminho da paz. Quem encontrou a paz com Deus através de Jesus Cristo tem uma paz inigualável no coração, e os efeitos não se farão esperar, “porque ele é a nossa paz...” (Ef 2.14) Nos campos de Belém os anjos declararam: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.14).

O Natal é a maior esperança que alguém pode ter

Segurando o menino Jesus em seus braços, o idoso Simeão louvou a Deus, dizendo: “porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc 2.30-32). Ele tinha a esperança de ver o Salvador prometido, e teve o privilégio de segurá-lO em seus braços. Jesus é a esperança do mundo.
Jesus é o Salvador de todos que O aceitam, e trouxe a luz da eterna esperança aos salvos. Através dEle a escuridão da alma se transforma em luz. Quando conhecemos Jesus, nossos olhos se abrem. Sua Palavra nos proporciona tesouros espirituais inimagináveis, que Ele adquiriu para nós ao ressuscitar: vida eterna nas mansões celestiais junto de Deus, o Pai; felicidade eterna sem jamais ficarmos tristes; harmonia eterna sem a existência de pecado ou conflito; o fim do medo, da angústia, do estresse, das dúvidas e inquietações. Quem deixa Jesus guiar sua vida também poderá ver as coisas desta vida terrena a partir de outra perspectiva, de um ângulo diferente, iluminado por Deus.

Jesus é o maior presente que alguém pode receber

Por isso está escrito na Palavra de Deus: “Graças a Deus pelo seu dom [presente] inefável!” (2 Co 9.15). “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
O Natal é a festa dos presentes. Gostamos de dar e de recebê-los. Mas todo presente precisa ser aceito. Ficamos decepcionados quando alguém rejeita o que preparamos e entregamos com muito amor e carinho.
Não há presente maior que o amor de Deus, que vem ao nosso encontro na pessoa de Jesus. Não há esplendor maior, não há bem material, luxo terreno ou qualquer coisa que possa, de alguma forma, ser minimamente comparado ao que Jesus nos dá. Ele veio do céu à terra para nos presentear com a vida eterna. Você aceita esse presente? Ou prefere ficar enlaçado com coisas terrenas que com o tempo se vão?
Você quer receber esse presente de Deus? O presente do perdão de todos os seus pecados, o presente da vida eterna? Se você o aceitar, Jesus Cristo transformará toda a sua vida – pois para Ele tudo é possível!
O Natal pode começar a fazer sentido para você. Jesus quer se tornar a maior festa de sua vida. Ele lhe diz agora mesmo: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.10,13-14). 

Fonte: www.chamada.com.br


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A ARTE DO PERFUMISTA NA ALMA DO ADORADOR

Por Felipe Carlos de Lima

Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e ônica, e gálbano; estas especiarias aromáticas e incenso puro de igual peso; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo;” Êxodo 30.34-35

Segundo o Dicionário Aurélio a definição para adoração é o “culto a uma divindade; culto, reverência e veneração”. No velho testamento a palavra hebraica que define adoração é sãhãh que significa “adorar, prostra-se ou curvar-se”, já no novo testamento a palavra vem do grego (proskuneõ), “fazer mesura, fazer reverência, (formado de pros,” para” , e Kuneõ, “beijar”) todas estas definições nos leva à idéia de que devemos nos  prostrar ante à presença de Deus.

O incenso sagrado era queimado pelo sacerdote sobre o altar do incenso que ficava na tenda da congregação no lugar Santo. O sacerdote levaria brasas do altar das ofertas queimadas e espargiria o pó do incenso nas brasas de fogo e colocaria tudo no altar do incenso, pela manhã e ao anoitecer (Êx 30.7,8).Também no Dia da Expiação o sumo sacerdote deveria tomar um incensário de brasas de fogo e trazê-lo para dentro do véu,no Santo dos Santos, e aspergir o incenso sobre o fogo diante do propiciatório,como uma preparação para a aspersão do sangue sacrificial (Lv 16.12-14).

Tomando por base o texto bíblico em Êx 30.34-35 vemos quais eram as especiarias utilizadas na preparação do incenso e como a extração destas especiarias tem a ver com a disposição do coração do crente em oferecer ao Senhor uma verdadeira adoração. 

A primeira especiaria do incenso sagrado era retirada do estoraque, uma árvore pequena e muito bonita que se cobria na primavera, de folhas brancas e amarelas. O processo para extrair a fragrância desta árvore era feita através de uma pequena incisão no tronco para obter uma resina do liquido que escorria dela, este processo nos ensina de que o verdadeiro adorador precisa fazer pequenos cortes em sua alma a fim de quebrar seu orgulho, reconhecendo que é pecador e que necessita do senhor a todo o momento. 

A segunda especiaria é o gálbano,obtido da férula, uma árvore fortemente enraizada que existe na palestina. Para obter o gálbano, era necessário cortar o caule dessa árvore a fim de se obter um líquido leitoso, que uma vez endurecido formava uma resina amarelada. Esse processo nos ensina de que devemos estar diante de Deus com um coração quebrantado e contrito: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito”. (Sl. 34.18).

A terceira especiaria é a ônica. Essa especiaria era obtida através de um molusco marinho nas profundezas do mar e o processo de extração dessa especiaria nos ensina que devemos, como verdadeiros adoradores, ter uma vida de profundidade na palavra do senhor, pois é somente através do conhecimento dela que poderemos ter mais intimidade com nosso Deus.

A última especiaria é o incenso puro. A resina do incenso puro é obtida da Boswellia, uma árvore nativa do sul da Arábia. Quando a casca da mesma é retirada, aparece uma seiva chamada de “lágrimas”. Esse processo nos ensina que para sermos verdadeiros adoradores é necessário viver uma vida de oração, derramando as lágrimas da nossa alma perante o Deus todo poderoso. 

Nos dias atuais, é possível perceber que muitos cristãos associam apenas adoração com gestos e cânticos durante o culto em suas Igrejas. No entanto ao refletir a respeito da Palavra de Deus, compreendemos que adoração não se restringe apenas ao culto nas Igrejas, mas vai além, é a arte de manifestar todo nosso amor, reconhecimento, e serviço a Deus, em todos os momentos diários de nossa vida, vivendo como testemunhas do Senhor.

 E que depois desta reflexão possamos orar ao senhor e dizer, “que a minha vida possa queimar como um incenso em teu altar”.



Bibliografia:
Almeida, João Ferreira. Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil. Edição revista e corrigida 2010.
Wycliffe Bible Dictionary Hendrickson Publishers, Inc. Peabody, Massachusettes, EUA, 5ªedição 2009.