Texto Bíblico: Mc 2.3-5,12.
Por Francimar Araujo
Introdução
A magna missão da Igreja de Cristo para com o mundo é levar a mensagem do Evangelho. Proclamar as boas novas do Reino de Deus deve ser o maior objetivo de uma igreja que professa a fé em Jesus Cristo e tem compromisso com a sua Palavra. Nenhuma ocupação dentro da igreja pode tirar a importância da tarefa de ganhar almas, pois nenhum benefício que a Noiva de Cristo venha oferecer ao mundo pode ser comparado à importante incumbência de levar a preciosa semente do evangelho. No livro dos Atos dos Apóstolos o evangelista Lucas registra as palavras do nosso Senhor dizendo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8). Com essa afirmação temos a convicção de que o agente capacitador de uma igreja evangelizadora é o Espírito Santo que qualifica o Corpo de Cristo para cumprir o ide missionário.
Tomando como base a passagem bíblica do paralítico de Cafarnaum destacaremos algumas qualidades essenciais para o avanço da obra missionária.
I – CONDUZIR OS HOMENS A CRISTO: Pregar o evangelho é conduzir o pecador ao seu Salvador. João Batista quando pregava no deserto ao avistar Jesus clamou para a multidão: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). A mensagem do Evangelho deve ser cristocêntrica mostrando a beleza e a perfeição do Deus que se fez homem para salvar todos os homens. A Igreja de Cristo pode realizar muitas tarefas, mas sempre terá como objetivo principal levar os que andam em trevas ao encontro daquele que é a Luz do Mundo.
II – CONHECER O CAMINHO: É de fundamental importância para alguém que se disponha a ser uma testemunha de Cristo conhecer o caminho que leva a salvação. Numa certa ocasião um dos seus discípulos, chamado Tomé, afirmou não conhecer o caminho e Jesus respondeu-lhe dizendo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Conhecer o caminho é antes de tudo ter uma experiência com o Salvador. É saber que salvação não está em filosofias, obras de caridade, ou religiões, mas sim que a verdadeira Salvação emana do próprio Senhor Jesus.
III – PERSEVERANÇA: Em algumas versões da Bíblia Sagrada a palavra paciência é traduzida por perseverança. Manter-se firme e constante em meio às adversidades é uma qualidade indispensável para quem deseja se tornar um verdadeiro ganhador de almas. Forças Espirituais, Poderes políticos, barreiras geográficas, físicas, financeiras e culturais, são alguns dos gigantes que se opõem à obra missionária. O apóstolo Paulo demonstrou essa qualidade, pois as muitas circunstâncias contrárias não o impediram de proclamar o Evangelho (ll Co 11.24-27).
IV – OUSADIA: A Igreja que apresenta uma ousadia provocada pela presença do Espírito Santo torna-se uma ferramenta poderosa nas mãos de Deus. Ousadia é sinônimo de coragem. Não falo de uma coragem cega que desconhece os perigos iminentes, mas de uma coragem que não se intimida a ponto de nos deixar inertes, mas age e colhe seus frutos. Para que a ousadia alcance seus objetivos ela deve estar fundamentada em Deus. Vejamos o que disse Davi a Golias: “Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado”(l Sm 17.45).
V – FÉ: Como agradar a Deus sem fé? A Bíblia diz que é impossível (Hb 11.6a). A fé é a ponte que faz com que cheguemos a alcançar concretização das impossibilidades. Há discípulos cuja fé é inexistente e não chegam a lugar algum. Isso parece um paradoxo visto que o discipulado é uma jornada feita por fé. Há também aqueles que possuem uma pequena fé e quase sempre são repreendidos por não confiarem o suficiente. Mas o que dizer daqueles que são portadores de uma grande fé, que são capazes de crer a ponto de receberem elogios do próprio Deus. Na Obra de Deus tudo é feito por fé. Quem não tem fé não deve nem começar a obra missionária.
VI – UNIDADE: Jesus em sua oração intercessória, no evangelho de João, roga para que os discípulos sejam perfeitos em unidade (Jo 17.23). A unidade não exclui a diversidade. O apóstolo Paulo nos ensina em sua primeira epístola aos coríntios que somos muitos membros, mas formamos um só Corpo. Ele ainda diz: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (l Co 12.13). Esse versículo nos mostra que a pluralidade de personalidades existente na Igreja de Cristo não pode influenciar negativamente na sua obra, pois todos nós somos regidos pelo mesmo Espírito. A unidade da Igreja é essencial para que haja sucesso na tarefa de conduzir os perdidos ao Senhor Jesus.
VII – ESFORÇO: A vida cristã requer muito esforço. Ainda que seja prazeroso, frutífero e gere muita alegria, a caminhada na fé requer sacrifícios. A salvação é oferecida gratuitamente a todos e não precisamos fazer nenhuma obra para sermos salvos. A salvação é um dom de Deus (Ef 2.8). Mas sabemos que o processo de amadurecimento na fé requer esforço. É mister dizer que para o nosso esforço glorificar a Deus ele deve ser impulsionado pelo Espírito de Deus. Jesus compara a obra missionária a uma seara e diz que os trabalhadores são poucos. Evangelizar os pecadores sem Deus é uma tarefa que requer muito esforço. Oração, jejum, preparo bíblico, tempo, dedicação, recursos, são alguns dos sacrifícios que precisamos fazer para que a Salvação seja proclamada a todos os povos.
VIII – URGÊNCIA: Como tratamos um doente que precisa de socorro urgentemente? Muitas vidas estão perecendo e a Igreja de Cristo tem tratado com morosidade a missão de proclamar as boas novas de salvação. A obra missionária tem um caráter de urgência e primazia em todas as atividades da Igreja. Devemos pregar a tempo e fora de tempo. Se não sentirmos as necessidades dos perdidos jamais teremos essa premência para pregar a Palavra. Assim como as mulheres correram para anunciar aos discípulos que Jesus tinha ressuscitado, nós devemos ter esta pressa para anunciar ao mundo seu Salvador.
IX – SATISFAÇÃO: Não há palavras que possam expressar a alegria que missionário sente ao contemplar o rosto de alguém que acabou de ter um encontro com seu Salvador e recebeu o perdão de todos os seus pecados. Se anjos do céu se alegram quando um pecador se arrepende e eles próprios não sabem o que é ser redimido. A nossa alegria deve ser transbordante, pois nós sabemos o que é redenção. Jesus não morreu para remir seres angelicais, mas sim seres humanos. A satisfação deve está presente quando anunciamos a Palavra de Deus, mas o júbilo de vermos o pecador restaurado e perdoado deve ser infinitamente maior.
X – AMOR: Tudo o que fazemos para Deus deve passar pelo crivo do amor. Ele deve ser o sentimento motivador de todas as nossas ações. Podemos realizar grandes empreendimentos no Reino de Deus, mas se a chama do amor não for o combustível das nossas atitudes correremos o risco de termos trabalhado em vão. Quando a Bíblia fala do amor de Deus pelo perdido ela usa a palavra grega ágape traduzida em algumas versões por caridade cujo significado é um sentimento que não age de acordo com os méritos, obras ou qualidades apresentadas pelo indivíduo que é alvo do amor Divino. Deus não precisa de uma motivação para amar. Deus ama por que Ele é Amor. Assim como o Amor de Deus o levou a agir em favor dos pecadores enviando seu único Filho, nós também devemos ser impulsionados a pregar o evangelho pelo mesmo amor.
Conclusão
A Grande Comissão deve ser a principal ocupação da igreja na terra. Pregar o evangelho, batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e fazer discípulos é a melhor maneira de glorificarmos a Deus. Precisamos urgentemente romper as barreiras culturais, sociais, políticas e religiosas e cumprirmos o “ide” de Jesus. É necessário que proclamemos para todos os povos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (l Pe 2.9). A ordem de Jesus é para que testemunhemos. Testemunhar é nossa obrigação, pois temos a incumbência de anunciar para todas as nações que Jesus Cristo é o único Salvador e Senhor.
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